EGO apresentação única dia 3 de Dezembro 2008 21.30h no Fórum Cultural do Seixal
Façam as vossas reservas para o número 210976103/00 ou FAX -06 da CMSeixal de 3a a 6a-feira!
Nesta peça, faz-se uma homenagem aos actores que mereciam ser reconhecidos e aos insuportáveis produtos da imprensa que têm a sorte de ser famosos e reconhecidos.
Vão ver uma peça de teatro que nem é uma comédia, nem um drama, nem um musical, mas acaba por ter de tudo um pouco.
Esta peça é uma homenagem ao mundo do teatro e cinema, ao ego dos actores, aos actores conhecidos, aos desconhecidos.
EGO – ficção?!
Rita Sotto Com Cunha é a primeira actriz portuguesa a fazer parte da grande indústria cinematográfica de Hollywood. Trabalha com grandes nomes e é nomeada para um Óscar. Como muitas estrelas, ela é excêntrica e mimada. Será que só por isso merece castigo?
Sílvia Castro é uma actriz como tantas outras que tem valor, mas nunca é reconhecida, nem conhecida.
Como muitos actores, ela é feliz porque faz o que gosta.
Ambas passam em mundos paralelos. Ambas vivem momentos muito intensos. Ambas vivem os mesmos momentos de formas totalmente opostas. Ambas são humanas.
Para um actor é difícil fazer papéis de mau, como por exemplo um ditador. Para um actor conseguir fazer esse papel tem de descobrir o lado humano desse ditador. Assim é a vida e as pessoas na vida real. Têm todas algo de bom. Assim como o tem a Rita Sotto com Cunha. Devemos ainda estar atentos ao quão difícil é fazer papéis de mau, quando às vezes há pessoas que nos confundem com o personagem que interpretamos e no fundo é o nosso trabalho. Todos devemos tentar respeitar o outro.
Às vezes desejamos mal às nossas estrelas, às vezes temos ódios de estimação, às vezes temos adorações doentias e obsessivas. Às vezes não sabemos o limite. Quando parar. Por vezes não paramos de imitar ou entrar na vida íntima das figuras públicas. Às vezes é mais fácil viver a vida das estrelas, do que confrontarmo-nos com a nossa própria vida. Às vezes rotulamos as estrelas e nunca imaginamos que elas podem sofrer, chorar, ter sensibilidades, apanhar doenças ou perder as pessoas que amam.
Se não gostamos dos famosos, devemos afastar-nos deles ou descarregar todas as nossas frustrações neles? Se os amamos devemos apreciar o seu trabalho ou alimentar essa adoração com coisas materiais como merchandising e autógrafos?
A Fernanda Serrano tem agora em mãos um cancro, doença e morte no seio da família. É mesmo importante que saia nas revistas?
Às vezes temos vontade de insultar as pessoas que não conhecemos ou de as idolatrar!
Será que a entrevista ideal é aquela onde se humilha finalmente alguém conhecido e se diz tudo o que se estava a pensar?
Quando é que devemos parar? Quando é que passamos a barreira do mau gosto!
Será justo que só se reconheça talento a quem aparece na T.V. ?
Fica então a minha homenagem sincera:
Miguel Borges nasceu em 1966 e concluiu o Curso de Formação de Actores, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Iniciou-se em teatro nos Netos do Metropolitano e nas Marionetas de Lisboa. Posteriormente, trabalhou com o Teatro da Cornucópia e Artistas Unidos. Já interpretou peças de Bertolt Brecht, Harold Pinter, Samuel Beckett, William Shakespeare, Jon Fosse,etc. No cinema trabalhou com os realizadores Teresa Villaverde; Edgar Pêra, João Pinto, Florence Strauss, Tiago Guedes e Frederico Serra, Leonel Vieira, César Monteiro, etc. É desde 2006 presença frequente nas campanhas "Roucos" da Vodafone.
E a Mafalda Vilhena nasceu em 1973 é conhecida pelos seus trabalhos de televisão como Roseira Brava, Capitão Roby, Ganância, Sonhos Traídos, Maré Alta e Floribella. Frequentou a Oficina de Teatro com o grupo de teatro "Passagem de Nível". Tem o curso de Formação de Actores no Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral e o curso de Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Em teatro, participou em várias peças como: as Trioanas, Trilhos, Os Gladiadores, O Crime da Aldeia Velha, Hedda Gabler e Orgia. Em cinema participou em filmes como: La Reigne Margot, Shejar, Viana da Motta, Combat d'Amour en Songe, Comboio da Canhoca, L´Homme Ideal.
ELENCO:
ALEXANDRA VIEGAS- nasceu a 20 de Dezembro de 1980. No Projecto Ficções participou como actriz nas peças: “Sensações Vividas”, “Nós Somos Aqueles de Quem os Nossos Pais nos Avisaram 2”, “Luzes, Câmara...Acção!”, À Procura de Mário, 180º de Estrada e “E Se Fossem Portugas?”. Com o grupo de teatro A Partida, participou também como actriz nas peças: A Partida, e “Eu doida”. É licenciada em Comunição Social e tem um curso de Produção de Artes e do Espectáculo.Actualmente faz parte das estatísticas : está desempregada.
MARTA PRIETO- Faz teatro há 2 anos com a Paula e já participou em 8 peças de teatro. Entre cursos de interpretação e cursos de escrita, gost,a de teatro como todas as pessoas normais gostam de choolate. Saboreando cada instante...Mas não gosta de chocolate.
SARA PINTO - Nascida no Seixal em 1983 acompanha o P.F. desde 1999 com várias participações em peças, eventos e workshops. Após uma boa temporada longe da participação no P.F. como actriz, volta com energias renovadas e com um novo olhar.
PAULA PERDIGÃO - é actriz, autora e encenadora. É professora de teatro e faz Stand-Up. Tem o curso de Formação de Actores no Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral e frequentou a Escola Superior de Teatro e Cinema. Esteve em Londres e Nova Iorque onde aprofundou os seus conhecimentos em teatro e escrita. Fez as peças de teatro: “Nós Somos Aqueles de Quem os Nossas Pais nos Avisaram”, “Silêncios”, “Entre duas Terras”, “Estórias de Grávidas”, “Idiotas R’Us”, “Idolos São Gaivotas”, “Luzes, Câmara,...Acção!”, “Testemunho da Lua”, “À procura de Mário”, “E se ficassemos por aqui?”, “E Se Fossem Portugas?” , “EGO”, etc.
É neste momento presidente da Associação Jovem de Artes Dramáticas- Projecto Ficções e criadora do blog desta Associação : http://projectoficcoes.blogspot.com/
JOÃO FRED – Conheceu a Paula Perdigão numa actuação de Stand-Up Comedy e mais tarde teve aulas de teatro com ela. Como actor participou na Revolta dos Pastéis de Nata, Sempre em Pé, e no Gato Fedorento.
JOÃO PEDRO LEONARDO- Músico, “cantautor”, nascido na Ilha Terceira, nos Açores, em 1979. Frequentou o Instituto Musical Mozart em Setúbal e a Escola de Jazz e Música Moderna do Seixal. Presentemente tem um projecto de música portuguesa de nome João da Ilha.
FRANCISCO DE ALMEIDA – Faz teatro há 4 anos, tem 16 anos e conheceu a Paula há 2 anos num projecto na Quinta Nova onde ela foi professora e coordenadora do Grupo de Teatro de lá. Nesse grupo participou em cinco peças de teatro.
JOSÉ ROSÁRIO – Nascido a 7 de Junho de 1969 na cidade do Mindelo em Cabo Verde. Dedica-se há 15 anos a um projecto musical no qual já editou 4 cd’s- Dixit. Frequentou um curso de Iniciação ao Teatro e participou numa peça. Esta é mais uma oportunidade para subir a um palco, onde sente que tem muito para aprender.
JUSTUS – nasceu no Brasil, mas foi em Portugal que ele se tornou modelo e é designer gráfico. Neste momento trabalha com a empresa Kopiaki.
NUNO SALSINHA- tem neste momento, uma empresa de nome TELA NEGRA www.telanegra.pt que faz lumitécnia para eventos e espectáculos e é um dos fundadores do Projecto Ficções , e tem no seu Curriculum muitos artistas de renome como os Madredeus.
TÓ SILVA – é um técnico de som que já tem uma vasta experiência com muitos artistas de renome, já colabora com o Projecto Ficções há muitos anos.
PEDRO SANTOS- Já trabalha com o Projecto Ficções há uns anos e faz fotografia como passatempo, mas para nós é um excelente profissional.
Grafismo: Cristina Lima e Justus(cartaz).
Fotografias: Pedro Santos , Ricardo Anastácio e Tiago Palma.
Montagem em vídeo: Pedro Miguel Ribeiro
Participação especial (vídeo)
(por ordem alfabética)
Eduardo Madeira
Fernando Rocha
Nilton
Pedro Miguel Ribeiro
Rui Unas
Ricardo Araújo Pereira
Grupo de Teatro Anjos e Diabinhos
Grupo de Teatro Na Onda do Mar
Sinead O’Conner – John I Love You
John I love you I'm ever so fond of you ; Will you wait for me ; 'Til I am heavenly
Oh there's much work to do ; But I love you
Oh you're tender Your name's a whisper
I let tears fall like rain Apple-sized they were All over her ; And through all of those times When you could have died This is what you find
Child you're tender Your name's a whisper
AGRADECIMENTOS:
Aos que trabalharam nesta peça por amor à arte:
Aos meus amores : MIGUEL E TIAGO, FAMÍLIA LIMA, FAMÍLIA VIEGAS
Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua vida." Confúcio
Já escolhi, obrigada.
Obrigada também àqueles que me apoiaram de coração durante esta longa viagem no mundo das artes. Aqueles que, quando eu estava no chão, me deram a mão em vez de me pisarem ou rirem de mim. Aqueles que compreendem que amo estar no palco apesar de ficar aterrorizada por ser julgada. É uma contradição que vale a pena. Obrigada àqueles que me ajudaram na escolha que fiz e não me fizeram sentir culpada ou arrependida por tê-la feito. Realmente sinto que não andei a trabalhar estes anos todos, pois foi tão bom. Cresci, aprendi, ensinei, sofri, fiz sofrer, ri muito, fiz rir, amei, fui amada, odiei, tenho inimigos, tenho muitos, e tenho bons amigos, tenho admiradores, tenho seguidores...tenho de tudo um pouco. Só porque não fui para o seguro. Tive uma experiência fortíssima e intensa como actriz, mulher, filha, mãe, esposa, amiga.
Como foi mau ouvir dizer tantas vezes que a malta das artes é tudo promíscuo, fazem sexo a torto e a direito, bebem, drogam-se, andam na má vida, são má companhia, são loucos, doentes, fúteis, ganham mal e não têm futuro. “Eu bem te disse que se fosses por este caminho te ias dar mal.” Que as actrizes todas são umas putas e que só são famosas por irem para a cama com todos. E eu ouvia e engolia em seco.
Não bebo álcool, não bebo café, não fumo, não consumo drogas... não vou dizer que não o fiz. Não o faço por opção e não julgo nem condeno quem
o faça, desde que o faça de uma forma que não prejudique ninguém.
Será que é assim tão difícil perceber que não existem empregos seguros em lado nenhum? Que todas as profissões têm putas que sobem à custa de favores, até as putas-homens? E que o consumo de álcool e drogas existe em todas as profissões e culturas?
Senti-me viva e criativa. Senti-me útil e importante, senti-me linda. Senti!
E tudo graças à minha escolha de ir para as artes. Teatro, cinema, escrita, dar aulas de teatro, televisão, cinema... ; senti e vivi intensamente.
Que maravilhosa despedida.
Mas não vou só, tenho dois bracinhos bem abertos, para me receber e fazer esquecer as minhas más escolhas. Presentes e futuras.
Dediquei esta peça a todos, menos a uma pessoa. A mim, que me aguentei apesar de tudo. E até consegui fazer uns trabalhos bonitos e tive o reconhecimento de pessoas muito lindas por dentro.
Podem pôr a mão na consciência e pensar quem foi feliz na profissão que escolheu e depois julguem.
Ser actor é um privilégio: vive-se várias vidas, veste-se várias peles, cuida-se muito da imagem. Aprende-se constantemente coisas novas. O mundo é um livro para aprender, as pessoas são um manual. Ele é massagens, ginástica, roupa bonita, mimos dos fãs, família e amigos que apoiam e admiram o trabalho, aprender a ter mais auto-estima, dançar, cantar, meditar, fazer relaxamento, enfrentar os fantasmas que temos no armário, vomitarmos a verdade e acabarmos este ciclo rodeados de pessoas boas que nos querem bem e cheios de vidas vividas no palco ou na tela. Viva o teatro, viva os amigos, viva os técnicos, viva os familiares destas pessoas que passam noites, dias sem as ver! VIVA! Paula Perdigão 2008
Para os inimigos:
“Deve aprender-se sempre, até mesmo com o inimigo”
Isaac Newton
“Não basta ter uma boa cabeça. É preciso saber usá-la”
René Descartes
Para os que me disseram que eu devia ter os pés assentes na terra:
“Um radical é um homem com os pés firmemente plantados no ar”
Franklin Roosevelt
Para os que não percebem porque arrisquei o caminho da comédia/ Stand-Up:
“O riso é a distância mais curta entre duas pessoas” Victor Borge
Para os que perguntavam porque continuava a lutar pelo meu lugar no teatro:
“A maior prova de coragem é suportar as derrotas sem perder o ânimo” Ingersoll
Para os que acham que fazer teatro, cultura, arte é fácil, para os que desvalorizam a imaginação e repreentação
“A imaginação é mais importante que o conhecimento”
Albert Einstein
A cultura é a ampliação de mente e do espírito” Alexis Carrel
A imaginação dispõe de tudo na vida e pode criar beleza, justiça e felicidade, que representam tudo na vida” Pascal
APOIOS:
CÂMARA MUNICIPAL DO SEIXAL
INDEPENDENTE FUTEBOL CLUBE TORRENSE
KOPIAKI